A eletroneuromiografia é um exame essencial para a avaliação e diagnóstico de doenças neuromusculares, um grupo amplo de condições que afetam músculos e nervos.
Essas doenças impactam diretamente a comunicação entre o sistema nervoso e o aparelho muscular.
Por isso, acaba comprometendo a capacidade de realizar movimentos voluntários, levando à fraqueza, com perda de controle motor e até total paralisia em alguns casos.
Essas condições podem ser hereditárias ou adquiridas. Além disso, muitas vezes, elas também são progressivas.
Por isso, a detecção precoce com exame como a eletroneuromiografia é fundamental para a correta intervenção médica, bem como para a preservação da qualidade de vida do paciente.
O exame permite avaliar a função dos nervos e dos músculos de maneira precisa. Dessa forma, é possível identificar a localização da lesão e mensurar a extensão do dano, orientando o tratamento mais eficaz.
Enfim, vamos entender melhor as doenças neuromusculares e como a eletroneuromiografia contribui para o diagnóstico e manejo dessas condições.

O que são doenças neuromusculares e qual é o papel da eletroneuromiografia?
As chamadas doenças neuromusculares são condições que afetam diretamente a comunicação entre os músculos e os nervos. Por isso, acabam impactando a função e a força muscular.
A eletroneuromiografia é fundamental para diagnosticar essas condições, que podem ocorrer por fatores genéticos, infecções, doenças autoimunes ou degenerativas, sendo divididas em quatro categorias principais:
- Neuropatias Periféricas: envolvem lesões ou disfunções dos nervos periféricos, responsáveis por transmitir informações entre o sistema nervoso central e o resto do corpo. Em geral, apresentam sintomas de fraqueza e de alteração da sensibilidade (dormência, formigamento e dor). Um exemplo comum é a neuropatia diabética, que surge devido a danos nos nervos causados por níveis elevados de glicose no sangue.
- Miopatias: envolvem disfunções diretamente nos músculos, levando a quadros de perda de massa muscular (atrofia) e fraqueza progressiva. Não apresentam sintomas de alteração de sensibilidade. A miopatias genéticas são importantes representantes desse grupo.
- Doenças da Junção Neuromuscular: estas condições afetam o ponto de comunicação entre o nervo e o músculo, que resulta em fraqueza muscular devido à falha na transmissão dos sinais nervosos. Costumam ter sintomas flutuantes (ora melhor, ora pior da fraqueza) e não tem sintomas de alteração de sensibilidade. O principal exemplo é a Miastenia Gravis.
- Doenças do Neurônio Motor: afetam exclusivamente o controle motor. Os pacientes apresentam fraqueza e atrofia muscular generalizadas. Um dos principais exemplos é a Esclerose Lateral Amiotrófica.
Sintomas comuns de doenças neuromusculares
As doenças neuromusculares podem apresentar uma variedade de sintomas, mas que variam dependendo da condição específica. Contudo, alguns são bastante recorrentes. Por exemplo:
- Fraqueza muscular: geralmente progressiva e piora com o tempo;
- Atrofia muscular: perda de massa muscular nos membros.
- Dor e desconforto: em alguns casos, há dor muscular ou nas extremidades dos membros, podendo ocorrer também cãimbras frequentes;
- Alterações na sensação: como formigamento, queimação, fisgadas, dormência, etc.
Os sintomas podem ser localizados ou generalizados dependendo do tipo de doença neuromuscular.
Além disso, eles tendem a piorar à medida que a doença progride. Aliás, em muitos casos, a fraqueza e a dor tornam-se tão intensas que interferem nas atividades cotidianas do paciente.
Como a eletroneuromiografia pode auxiliar no diagnóstico?
A eletroneuromiografia (ENMG) é um exame essencial no diagnóstico das doenças neuromusculares, pois fornece informações detalhadas sobre a função dos nervos periféricos e dos músculos.
O exame é dividido em duas partes principais: o estudo da condução nervosa e a eletromiografia de agulha.
- Avaliação da condução nervosa
Nesta parte do exame, pequenos estímulos elétricos são aplicados em diferentes pontos ao longo do trajeto dos nervos. Dessa forma, é possível medir a velocidade e a intensidade dos impulsos nervosos.
A ENMG pode identificar bloqueios de condução elétrica ou lesões nos nervos, o que é útil para diagnosticar condições como neuropatias periféricas. Nesta fase do exame também pode ser realizado o teste de estimulação nervosa repetitiva que é fundamental na investigação de doenças da junção neuromuscular.
- Eletromiografia de agulhas
Neste procedimento, agulhas muito finas são inseridas nos músculos para registrar a atividade elétrica tanto em períodos de repouso quanto nos de contração.
Essa fase do exame detecta sinais de doenças do próprio músculo ou de falha na estimulação dos nervos sobre os músculos.
Essas duas partes trabalham juntas para determinação do diagnóstico da doença.
Diagnóstico de Doenças da Junção Neuromuscular
A eletroneuromiografia também é bastante útil para diagnosticar doenças que afetam a junção entre o nervo e o músculo, como a Miastenia Gravis.
Ao medir a resposta dos músculos a estímulos repetitivos, a ENMG pode revelar padrões anormais que indicam problemas na transmissão dos sinais nervosos a partir das respostas musculres a diferentes frequências de estimulação elétrica.
Dessa forma, ajuda a distinguir entre doenças que afetam diretamente os músculos e aquelas que prejudicam a comunicação na junção neuromuscular.
Monitoramento da progressão da doença
Pacientes que já receberam o diagnóstico de doenças neuromusculares, podem realizar a ENMG periodicamente para monitorar a progressão da doença e avaliar a eficácia do tratamento.
Além disso, a comparação dos resultados de ENMG ao longo do tempo pode fornecer alguns insights importantes sobre a evolução da condição. Assim como também pode ajudar na adaptação das estratégias terapêuticas.
Quando a eletroneuromiografia é indicada?
A eletroneuromiografia pode ser uma indicação médica em diversas situações clínicas como:
- Presença de sintomas neuromusculares sem uma causa definida: fraqueza, atrofia, dor, dormência ou formigamento inexplicados;
- Avaliação de neuropatias periféricas em doenças crônicas como diabetes, hipotireoidismo, pacientes em tratamento de câncer, entre outras doenças que costumam afetar o sistema nervoso periférico, ou seja, fora do cérebro e da medula espinhal.
- Investigação de doenças neuromusculares genéticas em pacientes com história familiar.
- Diagnóstico de doenças da junção neuromuscular: essencial para investigar quadros de fraquezas flutuantes.
- Planejamento cirúrgico: para avaliar a função neuromuscular antes de cirurgias, a fim de auxiliar na incomodação cirúrgica, prever possíveis complicações e guiar abordagens cirúrgicas em doenças como hérnias de disco, escoliose, neuropatia compressiva (síndrome do túnel do carpo, por exemplo), malformação de Chiari, etc .
Conclusão
A eletroneuromiografia é uma ferramenta diagnóstica indispensável para a identificação de doenças neuromusculares.
A partir da capacidade de analisar com precisão a função dos nervos e músculos, ela contribui não apenas para o diagnóstico, mas também para o acompanhamento da progressão da doença e a adaptação dos tratamentos.
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