A Síndrome de Guillain-Barré é uma condição neurológica que surge de forma inesperada e rapidamente progressiva.
Em um momento a pessoa está bem e em poucos dias começa a sentir fraqueza nas pernas, dificuldade para caminhar, formigamento nas mãos e nos pés, podendo evoluir muito rapidamente até insuficiência respiratória. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental, à fim de garantir o suporte clínico adequado que proteja o paciente de um desfecho fatal!
A seguir, vamos conhecer mais sobre os primeiros sinais da Síndrome de Guillain-Barré e a importância de buscar ajuda especializada rapidamente. Acompanhe!
O que é a Síndrome de Guillain-Barré?
A Síndrome de Guillain-Barré é uma polineuropatia autoimune relativamente rara, em que o próprio sistema imunológico ataca os nervos periféricos, aqueles que conectam o cérebro e a medula, aos músculos e órgãos.
Na grande maioria dos casos, ela aparece depois de uma infecção viral ou bacteriana, de forma súbita.
Alguns dos sinais mais comuns da síndrome podem incluir:
- Formigamento ou dormência nos pés e mãos;
- Perda de força nas pernas e braços, de caráter classicamente ascendente;
- Dificuldade para caminhar ou manter o equilíbrio;
- Reflexos diminuídos ou ausentes;
- Disautonomia (alterações de frequência cardíaca, pressão, entre outros sintomas);
- Em casos mais graves, insuficiência respiratória.
É importante ressaltar que a progressão rápida dos sintomas é uma das principais características da síndrome, exigindo atenção médica imediata.
Quando desconfiar da Guillain-Barré?
Como neurologista, gosto de apontar que é essencial investigar o mais rápido possível qualquer fraqueza que apareça subitamente.
A Síndrome de Guillain-Barré pode começar de maneira muito sutil, mas o caráter agudo e rapidamente progressivo são os fatores que devem alertar para a busca do atendimento de urgência e emergência .
A importância da eletroneuromiografia no diagnóstico
A eletroneuromiografia (ENMG) é realizada em duas etapas: uma analisa a condução elétrica dos nervos por meio de estímulos leves (pequenos choques) e a outra avalia a atividade elétrica dos músculos com o auxílio de uma agulha bem fina.
É uma importante ferramenta diagnóstica para a Síndrome de Guillain-Barré quando há dúvida diante do contexto clínico, e é um exame fundamental para a avaliação da gravidade da lesão neurológica e para a definição do prognóstico de recuperação, especialmente nos casos em que o paciente não apresenta a melhora esperada após o tratamento específico.
Além disso, a ENMG também pode ser utilizada para acompanhar a evolução da recuperação, o que é essencial em alguns casos.
Como é o tratamento?
O tratamento da Síndrome de Guillain-Barré costuma envolver uma internação hospitalar em ambiente de terapia intensiva ou semi-intensiva, uma vez que se faz necessária a monitorização da função respiratória e de eventuais sintomas disautonômicos (frequência cardíaca, pressão e temperatura, por exemplo).
As principais terapias são:
- Imunoglobulina intravenosa (IVIG): ajuda a reduzir o ataque do sistema imunológico aos nervos;
- Plasmaférese: processo que “filtra” o sangue, removendo os anticorpos que estão causando a inflamação,
- Fisioterapia respiratória e motora: essenciais tanto na fase aguda como na fase de reabilitação.
O tempo de recuperação varia de uma pessoa para outra. Por isso, alguns pacientes melhoram em semanas, enquanto outros podem levar até anos para conseguir retomar as suas funções motoras normais. Infelizmente, alguns pacientes persistem com sequelas, a depender da gravidade da lesão inicial, mas estes são casos menos frequentes.
Em geral, apesar da alarmante gravidade na fase aguda, a Síndrome de Guillain-Barré é uma doença de bom prognóstico a longo prazo, principalmente quando tratada de maneira correta e precocemente.
Agende uma consulta para receber uma avaliação especializada
A Síndrome de Guillain-Barré pode assustar bastante por conta da rapidez com que os sintomas aparecem, mas é importante saber que existe tratamento e que o diagnóstico precoce faz toda a diferença.
Então, se você ou alguém próximo começou a sentir fraqueza nas pernas, formigamento ou dificuldade para andar, não hesite em procurar ajuda.
Sou a Dra. Melissa Polaro, especialista em eletroneuromiografia e em doenças neuromusculares, com ampla experiência no diagnóstico e seguimento da Síndrome de Guillain-Barré.Para agendar seu exame ou sua consulta , acesse o site!